A mulher, os filhos e o sobrinho de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, disseram à Polícia Federal que seguiam para Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, apenas para passear. A abordagem ocorreu na BR-262 após a Polícia Civil do Rio informar que o chefe do Terceiro Comando Puro poderia estar entre os passageiros. Todos foram ouvidos e liberados, mas a investigação segue em andamento.
Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, o veículo chamou atenção quando passou a se movimentar após a equipe de monitoramento identificar o grupo. A PRF foi acionada devido à possibilidade de Peixão estar no carro, o que não se confirmou. Durante a revista, porém, agentes encontraram joias com inscrições relacionadas ao traficante, cuja propriedade foi assumida pelo sobrinho.
A família foi detida inicialmente sob suspeita de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e participação no financiamento do grupo criminoso. O caso foi encaminhado à PF em Mato Grosso do Sul, que agora analisa se havia tentativa de fuga ou apoio logístico ao líder do TCP. As joias permanecem apreendidas para perícia.
Peixão é considerado um dos criminosos mais procurados do país e lidera o Terceiro Comando Puro há mais de uma década. Ele consolidou seu domínio na Zona Norte do Rio ao expulsar rivais e controlar o chamado Complexo de Israel, área marcada pela presença de símbolos religiosos usados pelo grupo como forma de identificação e intimidação.
Com cerca de 50 ocorrências e mais de 20 mandados de prisão, Peixão responde por crimes como tráfico, homicídio, tortura e ocultação de cadáver. Ele também é investigado por atos de intolerância religiosa em territórios sob seu controle, além de comandar um arsenal que inclui fuzis, explosivos e equipamentos anti-drone, parte dele importado ilegalmente.






