Debaixo de chuva, dezenas de famílias aguardavam nos últimos dias a liberação dos corpos de parentes mortos durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, na terça-feira (28). Muitas delas vieram de estados como Pará, Amazonas e Goiás, enfrentando longas distâncias e burocracia para reconhecer e retirar os corpos no Instituto Médico Legal do Rio.
Entre os casos, a doméstica Adriana de Fátima viajou mais de 3 mil quilômetros de Belém para reconhecer o corpo do filho, Robson Monteiro da Silva, de 27 anos. Ela lamentou a demora e criticou a falta de suporte das autoridades, destacando que, mesmo cientes do envolvimento de seus familiares com crimes, as famílias merecem dignidade no processo de liberação.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados acompanhou o caso e prepara relatório a ser encaminhado a órgãos internacionais, solicitando sanções e uma perícia externa independente sobre a operação. Deputados ressaltam a importância de registrar detalhes sobre as causas das mortes, que envolvem tiros, estrangulamentos e mutilações, para garantir transparência e responsabilidade do Estado.
Até sexta-feira (31), o Instituto Médico Legal identificou 109 dos 117 mortos na operação. Alguns corpos exigiram exames de DNA ou contatos com autoridades de outros estados para confirmação. A Polícia Civil afirmou que a identificação deve ser concluída até o fim da semana, enquanto familiares seguem aguardando informações precisas e a liberação para sepultamento.






