A Ferroviária começou a Copa Libertadores Feminina com o pé direito e mantém viva a ambição de voltar ao topo do continente. Bicampeã do torneio, a equipe de Araraquara tenta conquistar o tricampeonato e repetir o feito de 2015, quando levantou a taça pela última vez, também em Buenos Aires, palco da atual edição. Uma coincidência que reforça o clima de confiança entre as jogadoras.
Em entrevista exclusiva a Agência RTI Esporte, a defensora Júlia Beatriz falou sobre o sentimento de disputar novamente a principal competição de clubes da América do Sul e a expectativa por uma campanha melhor do que a de 2024.
“Eu estou muito feliz, é a segunda vez. Acho que o ano passado a gente ficou com um gostinho de quero mais, infelizmente saímos ainda na fase de grupos. Agora estou feliz demais e com uma expectativa muito boa para fazer um ano diferente. E como as meninas já comentaram, é a segunda vez em Buenos Aires, onde a Ferroviária conquistou o título da Libertadores. Toda a expectativa é de levantar essa taça novamente”, contou Júlia.
A equipe grená vem em um bom momento desde a chegada do técnico Léo Mendes, que assumiu o comando após o Brasileirão. O desempenho e a sequência de bons resultados elevaram o moral do grupo, que encara a competição com um espírito renovado e com mas vontade.
“Todo mundo sabe que essas vitórias ajudam muito qualquer equipe. A gente vem tendo uma sequência muito boa nos jogos desde a chegada do Léo. Infelizmente saímos do Brasileiro, mas conseguimos nos recuperar e estamos cada vez mais fazendo bons jogos. Isso faz com que a gente chegue muito mais preparada para a Libertadores. Tenho certeza de que teremos uma ótima competição e vamos em busca do título”, completou a jogadora.
Além disso, com tradição, elenco experiente e um histórico respeitável, a Ferroviária segue firme na missão de ampliar sua coleção de conquistas e reafirmar seu nome entre as potências do futebol feminino sul-americano.
Guerreiras Grenas e tradição no futebol
Além disso, a equipe feminina da Ferroviária/Fundesport foi criada em 2001 por iniciativa da Prefeitura de Araraquara. Porém com o objetivo de formar atletas e contribuir para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. Em uma época em que o esporte ainda lutava por reconhecimento.
Enquanto as mulheres foram proibidas de jogar entre 1941 e 1979 e a regulamentação só veio em 1983, a Ferroviária já mostrava pioneirismo e visão ao investir na modalidade. Porém, muito antes de clubes como Corinthians, São Paulo e Palmeiras criarem suas equipes, a equipe grená já era referência de estrutura e competitividade.
Em 2019, a CBF e a Conmebol tornaram obrigatória a criação de times femininos para disputar o Brasileirão e a Libertadores, porém a Ferroviária já carregava quase duas décadas de história, sendo símbolo de resistência, tradição e valorização do futebol feminino.
*Reportagem: Patrícia Gonçalves/ Agência RTI Esporte






