Ouça agora

Ao vivo

Reproduzir
Pausar
Sorry, no results.
Please try another keyword
Multa contra rede X coloca UE e EUA em nova rota de colisão
Mundo
Multa contra rede X coloca UE e EUA em nova rota de colisão
Câmaras Temáticas orientam políticas públicas regionais na 14ª edição do Cosud
Estado
Câmaras Temáticas orientam políticas públicas regionais na 14ª edição do Cosud
CNU 2025: prova discursiva é neste domingo
Brasil
CNU 2025: prova discursiva é neste domingo
Michelle é a favorita de eleitores para apoio de Bolsonaro, diz Datafolha
Política
Michelle é a favorita de eleitores para apoio de Bolsonaro, diz Datafolha
Trem do Samba leva multidão aos trilhos e às ruas de Oswaldo Cruz
Rio de Janeiro
Trem do Samba leva multidão aos trilhos e às ruas de Oswaldo Cruz
No Rio e em cidades do Brasil, mulheres vão às ruas contra feminicídios
Destaque
No Rio e em cidades do Brasil, mulheres vão às ruas contra feminicídios
Tradicional Árvore da Lagoa volta a iluminar o Natal no Rio
Rio de Janeiro
Tradicional Árvore da Lagoa volta a iluminar o Natal no Rio

Governo lançará fundo de R$ 550 milhões para apoiar comunidades indígenas

Fundo priorizará governança indígena, transparência e fortalecimento local em biomas de todo o país

Siga-nos no

O governo federal prepara o lançamento de um fundo voltado ao desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas brasileiras, com meta de captar R$ 550 milhões em 15 anos. O anúncio oficial será feito durante a COP30, em Belém. Coordenado pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e operado financeiramente pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), o mecanismo visa financiar projetos em diferentes regiões do país e fortalecer a autonomia das populações originárias.

Segundo o superintendente de programas do Funbio, Manoel Serrão, o fundo surgiu da constatação de que o orçamento público é insuficiente para sustentar as políticas voltadas aos povos indígenas. “Quando o novo governo tomou posse e criou o MPI, ficou claro que seriam necessários mecanismos financeiros complementares”, explicou.

A primeira fase da captação deve priorizar bancos multilaterais e fundações privadas, por meio de doações, antes de avançar para modalidades de investimento com retorno financeiro. O fundo terá alcance nacional e contemplará não apenas a Amazônia, mas também comunidades da Caatinga e do Pampa, regiões com menos acesso a recursos de financiamento.

Com governança majoritariamente indígena, o conselho gestor será formado por 13 representantes, sendo dez da sociedade civil, entre eles membros da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), do Conselho Terena e da Comissão Guarani, além de representantes do MPI e da Funai. O sistema de repasses priorizará critérios de equidade e relevância local, evitando a concentração de recursos em organizações já estruturadas.

“O objetivo é mais que financiar projetos: é construir relacionamentos e fortalecer a governança local”, destacou Serrão, citando o exemplo do povo Kayapó, que desenvolveu capacidade própria de gestão de recursos. “Quando o indígena se fortalece, ele se torna mais apto a buscar seus direitos e acessar políticas públicas.”

De natureza privada, o fundo não dependerá de lei ou decreto para ser criado, mas seguirá princípios de transparência e controle social. Para o coordenador-executivo da Apib, Dinamam Tuxá, a iniciativa é positiva, mas deve garantir protagonismo indígena. “A resposta somos nós. Os povos originários já protegem a natureza de forma eficaz; é preciso fortalecer esse papel.”