Responsável por pagar aposentadorias e pensões a mais de 235 mil servidores inativos, o Rioprevidência mudou parte de sua diretoria meses antes de iniciar uma série de investimentos no Banco Master, liquidado pelo Banco Central na terça-feira (18). Auditoria do TCE-RJ identificou aportes que somam R$ 2,6 bilhões desde novembro de 2023 e apontou possível relação entre as nomeações e o início das aplicações.
Entre julho e outubro de 2023, foram escolhidos Deivis Marcon Antunes para a presidência do órgão, além de Eucherio Lerner Rodrigues e Pedro Leal para áreas estratégicas de investimentos. As aplicações no Master começaram no início de novembro. O TCE chamou atenção para o fato de que a nomeação de Eucherio coincidiu com o pedido de credenciamento enviado pelo banco ao Rioprevidência.
Segundo o tribunal, o processo foi conduzido de forma acelerada. Em apenas 15 dias, o banco foi analisado, considerado apto e autorizado por Antunes a receber recursos públicos. O governo afirma ter investido R$ 960 milhões, mas o TCE contabiliza também aplicações em fundos ligados ao grupo, elevando o total para R$ 2,6 bilhões, grande parte sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos.
Nos bastidores, duas das nomeações são atribuídas ao União Brasil, partido aliado do governador Cláudio Castro. O TCE informou ao Executivo que havia indícios de irregularidades antes mesmo da liquidação do Master. Castro disse que Antunes foi escolhido pela experiência técnica e que as demais indicações são de responsabilidade interna do Rioprevidência.
Mesmo após receber um alerta do TCE em maio sobre os riscos das aplicações, a autarquia seguiu investindo e aplicou mais R$ 1,1 bilhão entre maio e julho deste ano. Agora, o tribunal abriu uma auditoria extraordinária para apurar se outras prefeituras e órgãos estaduais também colocaram recursos no Banco Master. Já se sabe que a Cedae investiu R$ 200 milhões.






