Um vídeo de drone gravado pela polícia mostra o momento em que criminosos fortemente armados se reuniam no alto do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, pouco antes de fugirem pela mata durante a megaoperação das forças de segurança realizada na última terça-feira (28/10).
As imagens foram captadas por volta das 6h, no início da operação, e registram 23 homens armados, alguns usando roupas camufladas e uniformes semelhantes aos das polícias, o que, segundo os agentes, dificulta a identificação dos criminosos.
De acordo com a investigação, entre os integrantes do grupo estão chefes do tráfico de outros estados, como Goiás, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Amazonas e Pará, além de membros da cúpula do Comando Vermelho (CV) no Rio.
O vídeo mostra o grupo se deslocando em direção à área de mata da Serra da Misericórdia, ponto que se tornaria o principal foco de confronto durante a operação.
Segundo a polícia, o traficante Doca, um dos alvos centrais da ação, já estava escondido fora do perímetro de casas no momento das filmagens.
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, explicou por que o criminoso não foi capturado. Segundo ele, a vegetação densa e o terreno acidentado dificultaram o avanço das equipes e facilitaram a fuga dos traficantes pela mata, usada também como rota de escape e área de treinamento da facção. “De acordo com as investigações, a mata usada na fuga também serve de área de treinamento para novos integrantes da facção — inclusive menores de idade”, afirmou o secretário.
CV controla mais de mil favelas no Rio
As imagens apresentadas pela polícia fazem parte de um relatório que revela atos de extrema violência praticados por criminosos do Comando Vermelho.
Em um dos vídeos analisados, um homem é arrastado por uma moto após ser acusado de roubar dinheiro do tráfico. A polícia suspeita que ele tenha sido executado.
Segundo as polícias Civil e Militar, o Comando Vermelho controla mais de mil favelas no Rio de Janeiro, o equivalente a seis em cada dez comunidades do estado. As demais áreas são dominadas por milícias e outros grupos criminosos.






