Após alta de 0,48% em setembro, com uma forte pressão dos preços da conta de luz, a inflação voltou a desacelerar em outubro, chegando a 0,09%. O resultado, divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, é o menor para um mês de outubro desde 1998, quando foi registrado 0,02%.
O número veio abaixo do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam alta de 0,15%, segundo mediana calculada pela Bloomberg.
No ano, a inflação acumula alta de 3,73%; No acumulado dos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%; Já em outubro de 2024, o número ficou em 0,56%.
Essa é a primeira vez que o índice acumulado em 12 meses fica abaixo dos 5% desde janeiro deste ano, quanto registrou 4,56%. Com isso, a inflação fica bem próxima do teto superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A desaceleração em outubro foi puxada pelo recuo no preço da conta de luz, com menor pressão da bandeira tarifária de energia, que passou de vermelha patamar 2 para patamar 1. Com isso, a energia elétrica residencial registrou queda de 2,39% no mês.
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas, que possui o maior peso dentro do IPCA, interrompeu uma sequência de quatro meses de queda — entre junho e setembro, quando acumulou queda de 1,11% — e teve leve alta de 0,01%, considerada pelos pesquisadores como estabilidade. Ainda assim, esse número não exerceu pressão no resultado geral da inflação e ainda foi o menor resultado para um mês de outubro desde 2017, quando foi de -0,05%.
A alimentação no domicílio teve queda de 0,16% puxada principalmente por um recuo no preço do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%).
O grupo que mais pressionou o índice para cima no mês de outubro foi o de saúde e cuidados pessoais (0,41%), com alta impulsionada pelos artigos de higiene pessoal (0,57%) e plano de saúde (0,50%). Também teve alta o grupo de transportes, refletindo um aumento no preço da passagem aérea (4,48%) e dos combustíveis (0,32%).






