Pesquisadores do Jardim Botânico do Rio identificaram uma nova espécie de bromélia endêmica da Mata Atlântica. A Wittmackia aurantiolilacina foi coletada no Parque Nacional do Alto Cariri, na Bahia, e descrita em artigo publicado no periódico Phytotaxa. A planta já nasce classificada como criticamente em perigo de extinção.
A descoberta ocorreu durante uma expedição do CNCFlora/JBRJ realizada em agosto de 2023, no âmbito do PAN Hileia Baiana. A espécie foi encontrada ainda sem flores e levada para cultivo no Bromeliário do Jardim Botânico e no Refúgio dos Gravatás, em Teresópolis, onde pôde ser acompanhada ao longo dos meses.
A floração veio apenas em julho de 2024 e permitiu confirmar que se tratava de uma espécie inédita para a ciência. As cores laranja e lilás das inflorescências chamaram a atenção dos pesquisadores, que destacaram a combinação incomum entre bromélias já conhecidas. O nome científico faz referência direta ao tom marcante das flores.
Segundo o pesquisador Bruno Rezende, a espécie não se assemelha a nenhuma outra estudada nas últimas três décadas. O registro reforça a importância do trabalho de campo e do cultivo em ambiente controlado, que possibilitou a análise detalhada da planta após meses de acompanhamento técnico.
A equipe alerta, porém, para o risco elevado de extinção devido à pressão humana na região. O habitat natural sofre impacto de pastagens e lavouras que fragmentam a vegetação. O cultivo em instituições como o Jardim Botânico abre caminho para pesquisas e ações de conservação que possam garantir a sobrevivência da espécie.






