O ex-jogador Júnior Negão, um dos maiores ícones da história do futebol de areia brasileiro, participou do Podcast RTI Esporte Cast e abriu o jogo sobre os bastidores do nascimento do Beach Soccer no Brasil, o sucesso repentino nos anos 90 e o sentimento de frustração com a falta de reconhecimento atual da modalidade.
“Na nossa época, ganhávamos e dávamos espetáculo”, resumiu Júnior, relembrando com saudade a fase em que o esporte era destaque nas manhãs de domingo. Segundo ele, tudo começou com uma iniciativa da TV Globo, que buscava investir em esportes de praia, impulsionada pelo crescimento do vôlei de praia.
“Quando isso tudo começou, eu fui no Esporte Espetacular para jogar futvôlei. Na época, a Globo queria botar muitos esportes de praia. Eu lembro que no primeiro evento jogaram o Júnior, Jairzinho, Cláudio Adão… e o Brasil fez muito sucesso nesse jogo”, contou.
Além disso, a final daquele torneio foi entre Brasil e Itália — uma rivalidade já clássica nos gramados, agora levada para a areia, com um público cada vez mais engajado.
Relembre o caso
No entanto, um episódio trágico da história do esporte brasileiro também teve impacto inesperado nesse cenário. Júnior cita a morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 1994, como um ponto de virada.
“Outro detalhe que é triste foi que o Senna morreu em 1º de maio e o nosso evento foi em junho. O Senna, no esporte, só perde para o Pelé. Então é um ídolo brasileiro e isso acabou. Tudo isso acabou encaixando. Quem ligava a televisão de manhã para ver a Fórmula 1, passou a ver o futebol de praia. Tudo ajudou.”
Mas apesar do sucesso estrondoso da época, o ex-jogador lamenta o esquecimento da modalidade nos dias atuais. “Hoje em dia a gente fica chateado. Quase ninguém fala do Beach Soccer.”
Portanto, Júnior Negão foi um dos protagonistas da era de ouro do futebol de areia. Com talento, carisma e títulos, ajudou a transformar o esporte em um verdadeiro espetáculo nacional. Sua entrevista é um chamado à memória e à valorização de uma geração que marcou época nas areias do Brasil.
*Reportagem: Patricia Gonçalves/ Agência RTI Esporte
