A fortuna deixada por Silvio Santos será submetida a uma perícia independente determinada pela 16ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo. O procedimento atende ao pedido da viúva, Íris Abravanel, e das seis filhas do apresentador, que buscam acesso a R$ 429 milhões mantidos pelo comunicador em um paraíso fiscal nas Bahamas. A ação corre sob sigilo, segundo informou a “Folha de S. Paulo”.
O valor, que estava vinculado à empresa Daparris Ltd — da qual Silvio era o principal acionista — motivou questionamentos da família sobre a cobrança do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Para liberar os recursos, o estado exigiu R$ 17 milhões em tributos. A quantia foi paga, mas pode ser devolvida dependendo do resultado da ação.
Na contestação, as herdeiras argumentam que o imposto não deveria ser aplicado porque os recursos estão no exterior e, portanto, não se enquadram na legislação brasileira para transmissão de bens.
Além da disputa tributária, a própria dimensão do patrimônio surpreendeu o mercado financeiro. Em documentos anexados ao processo, a família declarou que Silvio Santos deixou cerca de R$ 6,4 bilhões — quatro vezes mais que as estimativas anteriores, que apontavam aproximadamente R$ 1,6 bilhão.
Especialistas avaliam que a diferença evidencia o modo discreto como o apresentador administrava seus negócios, evitando divulgar números sobre o crescimento das empresas e desencorajando demonstrações de ostentação.
A perícia, que deve ser concluída em até 60 dias e será custeada pela família, busca avaliar o verdadeiro tamanho do patrimônio líquido das sociedades ligadas ao nome de Silvio. O objetivo é esclarecer a composição do espólio e comprovar os valores mantidos fora do país.
O Grupo Silvio Santos declarou, em nota, que o assunto é “estritamente familiar”. Em janeiro, a viúva e as filhas já haviam informado que todo o patrimônio do apresentador está “minuciosamente declarado” no Imposto de Renda.






