O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, voltou a criticar o texto apresentado por Guilherme Derrite para o projeto antifacção nesta segunda-feira. Segundo ele, a proposta tem como objetivo restringir a atuação da Polícia Federal e comprometer investigações sensíveis. A crítica ocorreu às vésperas da votação do projeto no plenário.
Lindbergh afirmou que o texto “sabota investigações relevantes” e favorece quem teme o avanço da Operação Carbono Oculto. A proposta, enviada pelo governo após a megaoperação no Rio, já previa embates entre bancadas. A escolha de Derrite como relator intensificou o clima de disputa política.
O deputado também destacou que o texto prevê que a investigação criminal fique apenas a cargo das Polícias Civis. Na prática, segundo ele, isso exclui a PF e limita a cooperação entre forças de segurança. A atuação federal ficaria condicionada à solicitação do governador de cada estado.
O promotor Lincoln Gakiya, ameaçado pelo PCC, já havia alertado que a proposta também pode afetar o Ministério Público. Lindbergh reforçou essas preocupações e disse que o modelo engessa operações interestaduais e transnacionais. A Carbono Oculto é citada como exemplo desses desafios.
Para o petista, o substitutivo elaborado por Derrite é uma “manobra inconstitucional”. Ele aponta violação ao artigo que trata de infrações de competência federal. Segundo Lindbergh, o texto enfraquece o combate ao crime organizado e protege redes de lavagem de dinheiro.






