O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca neste domingo (21/09) para Nova York, onde fará o discurso de abertura, na próxima terça-feira (23/09), do debate de líderes da Assembleia Geral das Nações Unidos (ONU).
Lula faz a primeira viagem aos EUA desde que o presidente americano, Donald Trump, impôs uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros no país.
Na próxima terça-feira, há possibilidade de Lula e Trump se cruzarem nos corredores da sede da ONU no intervalo entre seus discursos.
Tradicionalmente, cabe ao representante do Brasil abrir as falas de presidentes, primeiros-ministros e diplomatas dos países que integram a ONU. O segundo a discursar é o representante dos EUA.
Discurso
O discurso de Lula só deve ser finalizado na véspera da abertura da Assembleia Geral. Há expectativa que Lula envie recados a Trump, porém de forma calibrada.
Mesmo sem citar diretamente o presidente americano, falas em defesa da soberania do Brasil e críticas à imposição de tarifas terão os objetivos de marcar a posição do governo brasileiro, fazer um contraponto aos EUA e reconhecer a independência do STF no julgamento de Bolsonaro.
Trabalhado por assessores e ministros, o texto deve abordar outros temas que o presidente costuma mencionar em eventos internacionais, a exemplo de democracia, multilateralismo e reforma da ONU.
Lula deve dedicar parte da fala à cobrança por mais empenho nas ações de preservação ambiental e transição energética. Como anfitrião em novembro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, o governo brasileiro tenta viabilizar o financiamento por países ricos de ações contra as mudanças climáticas.
Outro tema que deve ser abordado são as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Lula tem defendido um cessar-fogo dos conflitos.
COP30, Palestina e democracia
Lula aproveitará a viagem a Nova York para se encontrar com outros governantes e realizar uma série de eventos sobre temas caros à política externa do presidente.
Na segunda-feira (22/09), o presidente brasileiro deve participar de uma conferência convocada por França e Arábia Saudita para discutir uma “resolução pacífica” da guerra na Faixa de Gaza e a solução dos dois estados, um judeu e outro palestino.
Na terça (23/09), além da Assembleia Geral, Lula fará ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, um evento sobre clima. O encontro incentiva ações dos países na COP30. O governo brasileiro também apresentará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa brasileira a ser lançada na conferência para captar recursos e financiar ações de preservação ambiental.
Já na quarta (24/09), Lula comandará, ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a segunda edição do evento “Em Defesa da Democracia”. A reunião discutirá formas de fortalecer a democracia e o multilateralismo, além do combate ao extremismo, desinformação e discurso de ódio.
Comitiva
A comitiva completa do presidente ainda não foi divulgada. Entre os que devem acompanhar Lula na viagem estão:
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça;
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
Celso Amorim, assessor-chefe especial da Presidência;
Janja da Silva, primeira-dama.