Uma operação da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e da Subprefeitura do Centro interrompeu o funcionamento de mais de 120 barracas da Feira Livre da Glória, na manhã deste domingo (13), no Rio de Janeiro. A medida surpreendeu feirantes, que afirmam não terem recebido aviso prévio sobre a ação.
“São centenas de pessoas que dependem da feira para o seu sustento, e fomos impedidos de trabalhar. Desde o início, buscamos uma alternativa amigável para regularizar e resolver essa situação, mas precisamos de ajuda”, declarou um dos comerciantes afetados.

Em nota, a Seop informou que realiza ações de ordenamento no local todos os domingos, com o objetivo de organizar o uso do espaço público e assegurar a convivência entre feirantes, pedestres e frequentadores. Segundo o órgão, na operação deste domingo não houve apreensão de mercadorias nem remoção forçada de estruturas.
A secretaria explicou ainda que os agentes apenas orientaram a retirada de barracas instaladas sobre a calçada da Avenida Augusto Severo, fora do perímetro autorizado para a feira. De acordo com a Seop, essas estruturas comprometiam o canteiro central da via, afetando árvores, jardins e um ponto de ônibus.
Apesar da operação, a feira aconteceu normalmente nos trechos permitidos.
Feira da Glória é Patrimônio Cultural do estado
A ação acontece dois dias depois de o governador Cláudio Castro sancionar uma lei que torna a feira patrimônio histórico, cultural e imaterial do estado do Rio.
A proposta foi aprovada em junho pela Assembleia Legislativa (Alerj) e visa a valorizar a importância cultural e social da feira, que há 115 anos movimenta o bairro da Glória, na Zona Sul do Rio.
Moradores reclamam de barilho e falta de organização
O bairro da Glória, na Zona Sul do Rio, voltou a ser palco de reclamações por parte dos moradores, que protestam contra o barulho gerado por eventos, culturais e esportivos, realizados no bairro e no Aterro do Flamengo. As queixas se intensificaram no último fim de semana, quando moradores relataram ter sido despertados, por volta das 7h da manhã de domingo, por caixas de som em volume elevado e locutores anunciando mais uma corrida de rua.
Nas redes sociais, o perfil “Informe Gloriano”, que reúne mais de 16 mil seguidores, publicou um desabafo sobre o tema. A postagem gerou uma série de comentários, a maioria em tom de concordância. “Participo de praticamente todas essas corridas e sempre me questiono sobre a necessidade desse som tão alto. Até pra gente que está lá presente é um grande incômodo”, escreveu uma internauta. Outro morador desabafou: “Eu que moro de fundos na Rua da Glória hoje acordei com a gritaria. Como se já não bastassem as barracas atulhando a murada desde sábado à noite. Quem mora aqui não consegue nem passear com o cachorro ou sair de casa sem pegar trânsito.”
Embora reconheçam a importância de feiras, eventos culturais e esportivos na cidade, os moradores questionam a falta de bom senso por parte dos organizadores e cobram da Prefeitura do Rio de Janeiro a adoção de medidas para minimizar os impactos sonoros. A principal crítica não é contra a realização das atividades em si, mas contra o que chamam de “falta de respeito” com quem vive na região.
“A Glória já recebe inúmeros eventos ao longo do ano, com música alta, estruturas montadas e bloqueios de vias. O que se pede, no mínimo, é respeito. É possível realizar eventos sem transformar o bairro num megafone”, diz o post do Informe Gloriano.
Especialistas alertam que a exposição frequente a ruídos elevados pode causar problemas de saúde, como insônia, estresse, irritabilidade e até doenças cardiovasculares. Diante desse cenário, moradores pedem que organizadores e autoridades revejam o formato dos eventos, com horários mais razoáveis, limites de volume e maior consideração pelo bem-estar da vizinhança.