O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita ao final da sessão da Corte, com emoção e pausas para beber água. Barroso afirmou que quer seguir outros rumos, dedicando mais tempo à literatura e à poesia.
Apesar de poder permanecer na Corte até 2033, ele optou por se afastar e planeja lançar um livro de memórias e se dedicar aos estudos. Presidiu o STF nos últimos dois anos, passando o comando ao ministro Edson Fachin.
Barroso chegou ao STF em 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff, e foi relator de processos de grande repercussão, como recursos do mensalão, ações sobre foro privilegiado e a suspensão de despejos durante a pandemia. Também participou da responsabilização por atos antidemocráticos de 2023 e do julgamento que condenou Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado.
Professor titular de Direito Constitucional na Uerj e doutor em Direito Público, Barroso é autor de livros e artigos especializados, além de ter sido procurador do Estado do Rio de Janeiro. Durante sua gestão, promoveu simplificação da linguagem da Corte, incentivou o uso de inteligência artificial e implementou bolsas de estudo para candidatos negros à magistratura.