A movimentação desta quinta-feira ganhou novos desdobramentos após o ministro Alexandre de Moraes determinar que a Polícia Federal realize uma perícia médica oficial em Jair Bolsonaro no prazo de 15 dias. Segundo o despacho, os laudos apresentados pela defesa não são recentes e não permitem avaliar com precisão a necessidade da intervenção cirúrgica solicitada pelos advogados, que pedem a transferência do ex-presidente para prisão domiciliar humanitária devido ao agravamento das crises de soluços e ao quadro clínico fragilizado.
Atualmente custodiado em uma sala de cerca de doze metros quadrados na Superintendência da PF, Bolsonaro tem reclamado das condições do espaço, alegando que o ambiente reduzido comprometeria sua assistência médica. Moraes, no entanto, estuda apenas a possibilidade de realocá-lo para uma área maior — ainda em regime fechado —, cogitando inclusive a Papudinha, onde cumpre pena o ex-ministro Anderson Torres. Segundo magistrados ouvidos pela CNN, a hipótese de prisão domiciliar imediata está descartada.
Além da avaliação sobre a real necessidade médica, pesa contra Bolsonaro a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica, vista por integrantes do STF como fator que fragiliza pedidos por flexibilização do regime. Um eventual encaminhamento para prisão domiciliar neste momento também desperta receio de que o ex-presidente busque abrigo em alguma representação diplomática. Para 2026, contudo, integrantes do Judiciário admitem que o avanço das comorbidades e o histórico de crises persistentes podem abrir espaço para um novo debate sobre a adequação do regime domiciliar.






