O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desembarca no Rio de Janeiro na próxima segunda-feira (3) para conduzir uma série de audiências com o governador Cláudio Castro e outras autoridades estaduais. As reuniões ocorrem após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, a mais letal da história do estado, que deixou 121 mortos. O encontro integra a ADPF das Favelas, que monitora a letalidade policial no Rio.
O governador será ouvido no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Polícia Militar, no Centro do Rio, às 11h. Moraes também visitará o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Defensoria Pública, cobrando informações detalhadas sobre o número de agentes, armamentos utilizados, mortos, feridos, detidos e justificativa formal para o uso da força.
As audiências têm como objetivo assegurar que as diretrizes do STF sobre operações em áreas urbanas sejam cumpridas. O ministro exigiu ainda a apresentação de medidas de responsabilização por abusos, o uso de câmeras corporais, assistência às vítimas e explicações sobre a utilização de escolas e postos de saúde como bases policiais durante a ação.
A decisão de Moraes reforça normas da ADPF das Favelas, que determinam preservação do local dos crimes, realização de autópsias em casos de mortes por intervenção policial e ampliação do uso de câmeras em viaturas e fardas. Essas medidas buscam garantir transparência, reduzir a letalidade e aumentar a responsabilização das forças de segurança.
O governador do Rio, Cláudio Castro, participou de uma reunião com integrantes da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, no Centro Integrado de Comando e Controle. O encontro acontece dois dias após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. Durante o encontro, Castro destacou que o foco do governo é a atuação técnica das forças de segurança e criticou qualquer tentativa de politização do tema. Segundo o governador, a gestão busca transparência, diálogo com os órgãos de controle e respeito às instituições.






