Ouça agora

Ao vivo

Reproduzir
Pausar
Sorry, no results.
Please try another keyword
Operação Rastreio apreende 10 mil celulares e reforça punição para receptação, diz especialista
Rio de Janeiro
Operação Rastreio apreende 10 mil celulares e reforça punição para receptação, diz especialista
TJRJ abre concurso com salários de até R$ 9,3 mil e vagas para cadastro de reserva
Estado
TJRJ abre concurso com salários de até R$ 9,3 mil e vagas para cadastro de reserva
Encostado por Filipe Luís, atacante vira dor de cabeça no Flamengo; entenda
Flamengo
Encostado por Filipe Luís, atacante vira dor de cabeça no Flamengo; entenda
Mulheres em tratamento contra o câncer recebem perucas e renovam autoestima em Angra dos Reis
Costa Verde
Mulheres em tratamento contra o câncer recebem perucas e renovam autoestima em Angra dos Reis
Refis nos Bairros chega ao Cerâmica em Nova Iguaçu, neste sábado, com descontos de até 100%
Nova Iguaçu
Refis nos Bairros chega ao Cerâmica em Nova Iguaçu, neste sábado, com descontos de até 100%
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é celebrada com atividades interativas e foco em sustentabilidade
Maricá
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é celebrada com atividades interativas e foco em sustentabilidade
Fluminense: Conheça Mattheus Montenegro, candidato à presidência do clube
Fluminense
Fluminense: Conheça Mattheus Montenegro, candidato à presidência do clube

Morre Zé Celso Martinez Corrêa um dos maiores dramaturgos do Brasil

Siga-nos no

Ícone das artes cênicas brasileiras, o dramaturgo, diretor, ator e encenador José Celso Martinez Corrêa morreu nesta quinta-feira (6), na capital paulista, aos 86 anos. A informação foi confirmada pelo Teatro Oficina, companhia fundada por Zé Celso em 1958.

“Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo. Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito. Amor sempre”, postou o Teatro Oficina em sua conta no Instagram.

Foto: Reprodução/Instagram

Zé Celso, como era conhecido, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas após um incêndio em seu apartamento, mas não resistiu aos ferimentos. Ele teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica.

Além do dramaturgo, estavam também no apartamento do Paraíso, na Zona Sul da capital, Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt e Victor Rosa, além do cachorro Nagô. Os três, incluindo Nagô, ficaram em observação por terem inalado muita fumaça.

Quem era Zé Celso

O dramaturgo, que nasceu em Araraquara, interior paulista, em 1937, é conhecido pela maneira excêntrica e ousada de montar suas peças de teatro e provocar a plateia.

Em junho deste ano, Zé Celso se casou com Marcelo Drummond, de 60 anos. Usando ternos brancos, o casal oficializou a relação de quase 40 anos em uma cerimônia no Teatro Oficina Uzyna Uzona, sede da companhia teatral criada pelo dramaturgo na região central de São Paulo.

Zé Celso iniciou a carreira no final da década de 1950 com duas peças de sua autoria: “Vento Forte para Papagaio Subir” e “A Incubadeira”. Sua influência artística foi além dos palcos, aparecendo também em obras do cinema, como “O rei da vela” e “25”.

Sem medo de experimentações e com constante desejo de renovação, Zé Celso provocou atores e público, criando um teatro mais sensorial, sempre guiado pela realidade política e cultura do país.

Inquieto e irreverente, o artista se destacou com suas montagens de criações coletivas. Em 1961, o grupo ganhou uma sede na Rua Jaceguai, no Centro da capital paulista, e se profissionalizou, se tornando o tradicional Teatro Oficina. Desde 1982, o Teatro Oficina é tombado como patrimônio histórico. A companhia é considerada uma das mais longevas em atividade no Brasil.

Zé Celso e os atores em uma campanha para obras no Teatro Oficina. Foto: Geraldo/Estadão Conteúdo

Em 1966, a sede do teatro foi destruída por um incêndio provocado por grupos paramilitares. Para reconstrução do espaço, o grupo levantou fundos fazendo remontagens de antigos sucessos no palco.

No final da década de 1968, Zé Celso levou ao Rio de Janeiro sua primeira peça fora do Teatro Oficina. Na ocasião, ele dirigiu o histórico espetáculo Roda Viva, de Chico Buarque, com um tom provocador. O espetáculo ganhou remontagem em 2019.

Exílio em Portugal
Os integrantes do Teatro Oficina foram perseguidos pelo regime militar. Em 1974, Zé Celso partiu para o exílio em Portugal depois de ficar detido por 20 dias e ser torturado. Durante o exílio, apresentou algumas peças e dirigiu o documentário O Parto, retornando para o Brasil em 1978.