O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou pela segunda vez a votação do projeto que classifica facções criminosas como organizações terroristas. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (5) e cancelou as sessões das comissões, incluindo a da CCJ.
A medida ocorre após pedido do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), que teme repercussões internacionais caso o texto avance. O Planalto avalia que a proposta pode abrir margem para intervenções estrangeiras e sanções econômicas semelhantes às já aplicadas em países da América Latina.
Motta tem dito a aliados que quer evitar que o tema da segurança pública, considerado prioridade na Casa, se torne um foco de polarização política. Ele pretende discutir com diferentes bancadas um formato de tramitação que preserve o equilíbrio entre governo e oposição.
A presidência da Câmara ainda não definiu quem será o relator do texto no plenário, mas interlocutores defendem que o nome seja de centro para evitar confrontos ideológicos. O secretário paulista Guilherme Derrite (PL-SP) é cotado para reassumir o mandato e assumir a relatoria.
Enquanto isso, o governo aposta no avanço do projeto antifacções, apresentado na semana passada. A proposta endurece penas contra o crime organizado e amplia ferramentas de investigação, e deve tramitar em paralelo ao PL do terrorismo.






