O Ministério Público francês solicitou a condenação da Airbus e da Air France no julgamento de apelação sobre o voo AF447, que caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009. As empresas haviam sido absolvidas em primeira instância, em 2023, e o MP pede a revogação da sentença.
Os procuradores apontaram “imprudências” e “negligências” determinantes para o acidente, defendendo a responsabilização das empresas por homicídio culposo. A acusação considera que as falhas poderiam ter sido evitadas e que a defesa apresentada foi “indecente” diante da tragédia.
O acidente foi provocado pelo congelamento das sondas Pitot, essenciais para medir a velocidade da aeronave. Sem os dados corretos, a tripulação perdeu o controle do Airbus A330 enquanto cruzava área de forte turbulência próxima ao equador.
A Air France é acusada de não oferecer treinamento adequado aos pilotos para lidar com falhas nas sondas Pitot e de ignorar alertas técnicos anteriores. A Airbus, por sua vez, teria subestimado os problemas e demorado a adotar medidas preventivas.
A audiência de apelação em Paris reuniu familiares das vítimas, que acompanharam as alegações finais durante quase cinco horas. Caso condenadas, as empresas estão sujeitas a multas de até 225 mil euros cada, e a decisão é esperada nos próximos meses.






