O Ministério Público do Rio enviou ao STF depoimentos de policiais sobre a operação do dia 28 de outubro nos Complexos do Alemão e Penha, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro agentes de segurança. O delegado Moyses Santana Gomes relatou que drones mostraram cerca de 70 homens armados com fuzis na porta da casa de Edgar Alves de Andrade, o Doca, líder do Comando Vermelho.
Apesar das apreensões, os números indicam que apenas cerca de 10% do arsenal dos complexos foi retirado. Foram encontrados 91 fuzis, enquanto a estimativa de 2023 indicava 926 armas nos dois territórios, segundo a Polícia Militar. O material confiscado causou prejuízo à facção, mas não comprometeu suas atividades criminosas.
A operação chegou a ser adiada por fatores como clima, movimentação de traficantes e até a construção de um muro no local. Os depoimentos detalham que os atrasos não impediram o planejamento da ação, que contou com monitoramento aéreo e acompanhamento de inteligência, mas também evidenciam desafios enfrentados pelas forças de segurança.
O uso de câmeras corporais pelos policiais também apresentou falhas significativas. No Bope, 77 dos 215 agentes atuaram com os equipamentos, enquanto na Core apenas 57 dos 128. Problemas operacionais e falhas em docas de armazenamento foram apontados como causas, contrariando decisão do STF que obriga o uso em operações desse tipo.
O relatório do MP inclui ainda dados de necropsias atípicas, como tiros à curta distância e ferimentos por instrumentos cortantes. A Promotoria vai ouvir policiais da linha de frente e detalhar a dinâmica de cada ocorrência, avançando na investigação das mortes durante a megaoperação.






