Uma pesquisa inédita do Instituto Data Favela, divulgada nesta segunda-feira (17/11), mostrou que 70% das pessoas envolvidas com o tráfico no Rio de Janeiro deixariam a atividade se tivessem uma chance real no mercado de trabalho. No país, o índice é de 58%. O levantamento ouviu mais de 4 mil entrevistados em 23 estados.
No recorte por estado, Rondônia e Rio lideram a intenção de abandono do crime, com 74% e 70% dos entrevistados, respectivamente. Goiás aparece com 63%, seguido por São Paulo (53%) e Bahia (51%). No extremo oposto, o Distrito Federal registrou apenas 7% de pessoas dispostas a sair do tráfico.
Sobre o que fariam ao deixar o crime, 22% afirmaram que gostariam de abrir o próprio negócio. Outros 20% aceitariam um emprego com carteira assinada e 15% buscariam vagas com horários flexíveis. A pesquisa também apontou que 68% dos entrevistados não têm orgulho do que fazem.
A falta de dinheiro foi o principal motivo citado para a entrada no tráfico, mencionada por 49% dos respondentes. Violência, alcoolismo e drogas apareceram em 13% das justificativas. Entre os mais jovens, de 13 a 16 anos, 18,4% disseram ter entrado por viverem nas ruas, em abrigos ou sem perspectiva de trabalho.
Quando pensam no futuro, o comportamento muda: 84% afirmaram que não deixariam que seus filhos entrassem para o crime, revelando consciência dos riscos e desejo de interromper o ciclo dentro das famílias.






