Uma nova espécie de mosca foi descoberta na Mata Atlântica por cientistas da Fiocruz e da Universidade Federal da Paraíba. Trata-se de uma espécie predadora de outros insetos que transmitem doenças.
O inseto, batizado de Hemerodromia mystica, foi localizado no Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste do Rio, considerada a maior floresta urbana em área protegida do Brasil.
O estudo foi publicado em uma revista científica internacional.
Curiosidades da espécie
Durante a observação, os pesquisadores notaram que a mosca invadiu o casulo de um borrachudo, aproveitando a estrutura para completar a fase de pupa até chegar à forma adulta. Esse tipo de relação ecológica ocorre quando um organismo utiliza outro como abrigo, sem prejudicá-lo diretamente.
Segundo o biólogo e pesquisador da Fiocruz, Arion Tulio Aranda, a descoberta é positiva para o equilíbrio ambiental: “Ter o registro desse grupo dentro das florestas urbanas, ainda que em uma área de conservação como o Parque Estadual da Pedra Branca, é um bom sinal. Isso indica que nossos mananciais estão bem protegidos e com boa qualidade de água.”
“Esse é o superpoder da Hemerodromia mystica: sinalizar um ambiente equilibrado e, ao mesmo tempo, predar insetos que podem transmitir doenças ao homem”, acrescentou.
A Hemerodromia mystica tem patas adaptadas para capturar presas, semelhantes às de um louva-a-deus, o que a torna uma predadora eficiente de borrachudos. Esses insetos podem transmitir doenças para a população, e por isso o novo registro é considerado importante para o controle biológico.
Esse é o primeiro registro da espécie na região neotropical, que engloba a América do Sul, América Central, sul do México e ilhas do Caribe.