Um objeto interestelar que atravessa o Sistema Solar está intrigando astrônomos ao liberar níquel sem vestígios de ferro, uma anomalia que desafia os padrões naturais de cometas e sugere, segundo alguns pesquisadores, uma possível origem tecnológica.
De acordo com o jornal inglês Daily Mail, o 3I/ATLAS, observado pelo Very Large Telescope (VLT), no Chile, mostra uma pluma incomum de níquel que não é acompanhada pelo ferro normalmente presente em corpos celestes desse tipo. Segundo o físico de Harvard Avi Loeb, essa assinatura química é típica da produção industrial de ligas de níquel.
“Essa anomalia é mais uma pista para uma possível origem tecnológica do 3I/ATLAS?”, escreveu Loeb em um blog. Ele explicou que o objeto libera níquel por meio do canal de carbonila de níquel, um processo extremamente raro na natureza, mas comum em técnicas industriais de refino de níquel.
O estudo indica que o 3I/ATLAS está liberando aproximadamente cinco gramas de níquel por segundo e 20 gramas de cianeto por segundo, taxas que aumentam à medida que o objeto se aproxima do Sol. Esse comportamento é atípico para cometas tradicionais, que normalmente liberam água, monóxido de carbono, dióxido de carbono, níquel e ferro juntos, frutos dos processos cósmicos que formam esses elementos, como explosões de supernovas.
Pesquisadores levantam a hipótese de que o níquel poderia estar sendo liberado de forma gradual da poeira do objeto por processos suaves, como a ação da luz solar, que evapora ou quebra pequenos compostos contendo níquel.
Além disso, novas observações da NASA, realizadas pelo satélite SPHEREx, mostraram que a coluna de gás do 3I/ATLAS é dominada por 95% de dióxido de carbono e apenas 5% de água, reforçando que seu comportamento se afasta dos padrões naturais conhecidos para cometas.