Duas operações no Brasil e na Argentina derrubaram 558 serviços de streaming pirata desde a última quinta-feira (27). No domingo (30), autoridades argentinas tiraram do ar 22 aplicativos, como BTV e Red Play, na segunda fase de uma investigação que já havia bloqueado outros 14 apps no início de novembro, entre eles My Family Cinema e TV Express. Três dias antes, no Brasil, a oitava fase da Operação 404 bloqueou 535 sites e um aplicativo que violavam direitos autorais, em uma ação coordenada pelo Ministério da Justiça.
As plataformas piratas somavam mais de 6,2 milhões de assinantes ativos — 4,6 milhões só no Brasil —, segundo a Alianza, que atua contra pirataria audiovisual na América Latina. Muitas delas eram acessadas por meio de TV boxes irregulares, aparelhos que precisam ser homologados pela Anatel, mas são frequentemente usados para transmitir conteúdo ilegal. Com o bloqueio dos serviços, vários usuários recorreram ao ReclameAqui, mas, segundo o Procon-SP, quem assina serviços piratas “abdica de seus direitos” como consumidor.
A investigação da Argentina revelou escritórios estruturados como empresas formais, com cerca de 100 funcionários e faturamento anual estimado em US$ 150 milhões. Já a Operação 404, em andamento desde 2019, reúne esforços de polícias civis de 15 estados, além de Anatel, Ancine e autoridades internacionais. As ações buscam desmantelar a cadeia financeira e operacional da pirataria digital, que envolve servidores no exterior, esquemas de vendas e redes de distribuição via aplicativos e redes sociais.






