A corrida pela Warner Bros. Discovery ganhou novo peso após a Paramount Skydance apresentar uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões, valor que ultrapassa o acordo firmado pela Netflix na semana passada. A iniciativa reacende tensões em Hollywood e insere ainda mais pressão sobre reguladores e investidores, que já avaliavam os impactos da megafusão anunciada pela gigante do streaming.
A Paramount ofereceu US$ 30 por ação, acima dos quase US$ 28 propostos pela Netflix. Considerando o endividamento da Warner, o pacote total chega a US$ 82,7 bilhões. O estúdio tenta avançar na negociação desde setembro, mas afirma que a concorrente foi favorecida no processo, apontando possíveis violações antitruste devido ao peso que a Netflix alcançaria no mercado global.
O anúncio do acordo inicial da Netflix, avaliado em US$ 72 bilhões, havia sacudido o setor. A operação colocaria marcas como HBO, Warner Bros. Pictures, CNN e Discovery sob o mesmo guarda-chuva. Representantes de sindicatos e profissionais do cinema reagiram com preocupação, avaliando que a fusão pode reduzir produções, pressionar salários e concentrar ainda mais poder nas plataformas.
A movimentação também chamou atenção política. O presidente Donald Trump afirmou que acompanhará de perto a análise do Departamento de Justiça, destacando que a megafusão pode criar desequilíbrios no mercado. De acordo com conselheiros da Casa Branca, o processo regulatório deve ser complexo e prolongado, o que pode estender a disputa entre as empresas.
Com a nova oferta, a Paramount tenta mobilizar acionistas e influenciar reguladores, apresentando-se como alternativa para a compra da Warner. A ofensiva aprofunda a rivalidade entre os maiores grupos de mídia e transforma a disputa por um dos principais catálogos do entretenimento em um embate que envolve Hollywood, Washington e líderes do streaming.






