A maioria dos passageiros que utilizam o Aeroporto Santos Dumont estaria disposta a trocar o terminal do Centro do Rio de Janeiro pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises do Rio de Janeiro (Ifec-RJ), que revela que 76% dos usuários aceitariam embarcar pelo aeroporto internacional se algumas condições fossem atendidas.
De acordo com o levantamento, 56,8% dos entrevistados afirmaram que utilizariam o Galeão caso fosse oferecido exatamente o mesmo voo disponível no Santos Dumont. Outros 19,2% disseram que fariam a troca se as passagens aéreas tivessem preços mais baixos. Somadas, essas duas hipóteses concentram mais de três quartos dos passageiros ouvidos pela pesquisa.
Atualmente, desde 2024, o Aeroporto Santos Dumont opera com um limite anual de 6,5 milhões de passageiros. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, já indicou a intenção de ampliar esse teto em até 1,5 milhão, o que elevaria a capacidade para cerca de 8 milhões de viajantes por ano.
Perfil dos passageiros
O estudo também traçou o perfil socioeconômico dos usuários do Santos Dumont. A idade média dos passageiros é de 43 anos. Entre os entrevistados, 78,3% possuem ensino superior completo, enquanto 19,3% concluíram o ensino médio.
Em relação à ocupação, 70,8% declararam estar empregados, sendo aproximadamente metade no setor privado. Outros 16,6% se identificaram como empresários, reforçando o perfil de usuários com maior escolaridade e forte inserção no mercado de trabalho formal.
Origem dos usuários
A pesquisa mostra ainda que o Santos Dumont atende passageiros de diferentes regiões da capital e do estado. Do total de entrevistados, 22,4% moram no Centro e na Zona Sul do Rio. Já 11,6% residem na Barra da Tijuca e no Recreio, enquanto 17,3% vivem na Zona Norte.
Outros 12,4% são moradores da Zona Oeste, incluindo bairros como Campo Grande, Bangu e a região da Grande Jacarepaguá. O levantamento aponta ainda que 12,4% dos usuários vêm do interior do estado, 12,3% da Grande Niterói e 11,6% da Baixada Fluminense.
Retomada do Galeão
O estudo da Fecomércio-RJ também destaca a recuperação do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Segundo os dados, o Galeão registrou cerca de 17 milhões de passageiros, um número expressivo em comparação aos dois anos anteriores, quando o volume não chegava a 10 milhões.
Para o presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, os números indicam uma retomada consistente do setor aéreo e do turismo internacional. Ele alertou, no entanto, para a necessidade de cautela em possíveis mudanças na estrutura aeroportuária. Segundo ele, qualquer alteração pode impactar diretamente o ritmo de crescimento e os benefícios econômicos e sociais para o estado.
O Ifec-RJ informou que a pesquisa será atualizada no início de 2026, com uma nova rodada de entrevistas para acompanhar a evolução do perfil dos passageiros e a disposição de uso dos aeroportos no Rio de Janeiro.






