O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que os R$ 430 mil em dinheiro vivo apreendidos pela Polícia Federal nesta sexta-feira são fruto da venda de um imóvel. Segundo o parlamentar, o valor é lícito, está declarado no Imposto de Renda e não foi depositado por conta da rotina intensa de trabalho.
De acordo com Sóstenes, o dinheiro foi recebido recentemente e permaneceu guardado em espécie. Ele disse que pretende apresentar toda a documentação necessária no curso da investigação. “O valor encontrado é oriundo de contrato limpo, venda de um imóvel. É dinheiro lícito. Recebi o dinheiro recentemente e, com a correria, ainda não fiz o depósito”, afirmou.
O montante foi localizado dentro de um saco de lixo, em um armário do flat alugado pelo deputado em Brasília. Questionado sobre os detalhes da negociação do imóvel, Sóstenes afirmou que prestará os esclarecimentos nos autos do processo.
Em declaração ao Tribunal Superior Eleitoral, em 2022, o parlamentar informou possuir patrimônio de R$ 4.926,76, distribuído em duas contas bancárias.
O deputado também negou qualquer irregularidade no uso da cota parlamentar. A Polícia Federal investiga a suspeita de um esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos de aluguel de veículos firmados via gabinete da Câmara dos Deputados.
Segundo Sóstenes, a investigação teria como objetivo desviar o foco da população e perseguir a oposição. Ele afirmou que não teme as apurações e disse que toda a documentação está à disposição das autoridades. “Querem pegar um carro alugado e um dinheiro de imóvel para desviar o foco. Eu não temo investigações”, declarou.
Além de Sóstenes, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) também é alvo da operação. Ao todo, a Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
De acordo com os investigadores, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de recursos públicos. A apuração aponta que valores desviados teriam sido repassados a empresas de fachada e, posteriormente, submetidos a mecanismos de lavagem de dinheiro.
A investigação apura possíveis crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal já havia realizado uma operação contra assessores dos parlamentares, no âmbito da apuração sobre contratos de locação de veículos supostamente utilizados para simular a prestação de serviços.
Levantamento anterior apontou que os gastos de Sóstenes com aluguel de veículos superaram a média declarada por outros deputados. No ano passado, as despesas do parlamentar nessa categoria ultrapassaram R$ 137,9 mil, enquanto a média geral foi de aproximadamente R$ 76,8 mil.






