A Procuradoria-Geral da República pediu nesta terça-feira (9) a condenação de seis ex-integrantes do governo Jair Bolsonaro, apontados como parte do núcleo estratégico da trama golpista julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Na Primeira Turma do STF, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que as investigações revelam uma organização criminosa com disposição “homicida e brutal”, incluindo um plano que previa assassinatos de autoridades da República.
O grupo denunciado reúne ex-integrantes da PRF, assessores da Presidência e funcionários do Ministério da Justiça. Entre eles está Filipe Martins, acusado de ajudar na elaboração da chamada minuta do golpe e de apresentá-la a militares em busca de apoio para a ruptura institucional. Também tramita nesse núcleo a análise das operações da PRF no segundo turno das eleições de 2022, consideradas abusivas pela Justiça Eleitoral.
A situação mais grave é a do general da reserva Mário Fernandes. A PF encontrou documentos que detalhavam planos de assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Em interrogatório, ele confirmou a existência do arquivo “Punhal Verde e Amarelo”, mas disse tratar-se apenas de “pensamentos digitalizados”. Gonet afirmou que os réus gerenciaram iniciativas centrais da organização investigada.
A sessão teve tensão quando o advogado de Filipe Martins insistiu em exibir um vídeo após negativa do ministro Alexandre de Moraes. A segurança chegou a ser acionada, mas o defensor permaneceu na sala. A primeira sustentação oral foi da defesa de Fernando de Sousa Oliveira, que negou vínculo do ex-assessor com ações da PRF no segundo turno.
Até o momento, o STF já condenou 24 réus pelos atos golpistas e absolveu um militar da reserva em novembro por falta de provas. Após as sustentações, os ministros devem iniciar a votação na próxima semana, avançando em um dos capítulos mais sensíveis da investigação sobre ataques à democracia.






