O Pix completa cinco anos de operação neste domingo (16/11). Na metade de uma década, a ferramenta se tornou o principal método de pagamento utilizado pelos brasileiros com uma evolução em tempo recorde e o alcance de 90% da população adulta, segundo levantamento do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas.
A pesquisa mostra uma ascensão meteórica no Pix dentro da sociedade brasileira. Em novembro de 2020, logo quando foi lançado, a ferramenta chegou em apenas 6,2% da população; três anos depois, o alcance já superava 77%. Hoje, a ferramenta é fundamental para a inclusão financeira.
Segundo João Paulo Borges, coordenador-geral de Regulação do Sistema Financeiro na Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, o Pix revolucionou e permitiu a inclusão financeira de forma rápida e eficaz. “Se a gente pensa que a primeira etapa para a inclusão financeira é a abertura de uma conta, em muitos casos você observa que uma população que não tinha acesso às contas bancárias de pagamento, passou a ter acesso justamente por causa do Pix”, disse João Paulo, que também é auditor de carreira do Banco Central.
Em dezembro de 2024, o Pix chegou a ultrapassar o dinheiro em espécie como forma de pagamento mais utilizada. A pesquisa “o brasileiro e sua relação com o dinheiro” mostra que o dinheiro físico era usado por 83,6% da população em 2021, enquanto o Pix chegava em 46,1%.
Três anos depois o dinheiro caiu para 68,9% enquanto o Pix estava sendo utilizado por 76,4% da população. De acordo com o técnico do Ministério da Fazenda, além de ser uma ferramenta de transferência instantânea, sem custo para pessoa física, o Pix é especialmente importante para os pequenos empresários.
Ao completar meia década, a expectativa do BC é que o PIX continue em expansão, impulsionado por projetos que devem integrar de forma ainda mais profunda o sistema de pagamentos, crédito e, no futuro, operações internacionais.
Novas funcionalidades
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os associados investem cerca de R$ 5 bilhões por ano para garantir transações seguras aos seus clientes.
Para aumentar a eficiência em segurança, o BC deve lançar ainda neste mês o MED 2.0, projetado justamente para enfrentar o principal gargalo do modelo atual: o rastreamento restrito à primeira conta que recebe o dinheiro.
A nova versão permitirá mapear o percurso dos recursos em múltiplas camadas, reconstruindo toda a “árvore” de transações e facilitando o bloqueio antes que os valores desapareçam.
Além dos avanços no MED, o BC também deve trazer, em breve, o bloqueio de chaves. “A funcionalidade permitirá ao usuário impedir a criação de novas chaves associadas ao CPF, reduzindo o risco de contas abertas de forma fraudulenta”, explica Renato Gomes, diretor do BC.
Outro avanço em estudo é o Pix Duplicata, criado para facilitar o pagamento de duplicatas eletrônicas. A expectativa é que a ferramenta reduza a dependência do boleto em transações entre empresas, tornando os processos mais simples, rápidos e baratos.
A internacionalização do PIX também faz parte da agenda. A ideia é permitir que o modelo brasileiro seja usado em operações fora do país.






