A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (02/12) uma operação contra uma organização criminosa suspeita de promover ataques cibernéticos a deputados federais que apoiaram o chamado PL Antiaborto, projeto que equipara o aborto a homicídio no Brasil. A ação ocorre em meio à forte polarização sobre a proposta, cuja tramitação acelerada no ano passado foi suspensa pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira.
Entre os alvos dos ataques estão os deputados Bia Kicis (PL-DF), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Paulo Bilynskyj (PL-SP), além de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC), Greyce Elias (Avante-MG) e Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.
Segundo a PF, sites de parlamentares foram invadidos ou derrubados, prejudicando a comunicação institucional e interferindo na atuação legislativa durante a discussão do projeto. A operação cumpriu dois mandados de busca e apreensão em São Paulo e Curitiba, com apoio de autoridades internacionais, já que parte dos ataques pode ter origem fora do país.
O PL aprovado em regime de urgência no ano passado prevê que abortos realizados após 22 semanas de gestação sejam tratados como homicídio, com pena de seis a 20 anos de prisão, sem alterar as exceções já previstas em lei. A votação do regime de urgência, que durou apenas 23 segundos, gerou polêmica e motivou a suspensão da tramitação em comissão específica, deixando o projeto parado no Legislativo.
Enquanto isso, a PF segue investigando os responsáveis pelos ataques e apura se o grupo atuou em outras ofensivas digitais contra autoridades ou instituições públicas.






