A Polícia Civil de São Paulo apura se fábricas clandestinas usaram metanol para higienizar garrafas falsificadas antes do envasamento de bebidas. A investigação começou a partir da rota percorrida pelas vítimas de intoxicação, passando por bares, distribuidoras e chegando a estabelecimentos irregulares.
O Instituto de Criminalística criou uma força-tarefa para analisar os materiais apreendidos. Na primeira etapa, os peritos verificam rótulos, selos e lacres. Depois, as amostras passam por exames químicos. Até agora, duas das dez garrafas avaliadas testaram positivo para metanol.
A substância não tem cheiro, cor ou sabor e, quando ingerida, se transforma em compostos tóxicos no fígado. Os sintomas aparecem rapidamente, como tontura, dor abdominal e visão borrada, podendo evoluir para cegueira, falência de órgãos e morte.
Diante do aumento de casos, o Ministério da Saúde montou uma Sala de Situação nacional para articular ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias e órgãos federais. Em São Paulo, bares já relatam queda no consumo após a interdição de estabelecimentos.