O presidente do Inep, Manuel Palácios, afirmou ao Fantástico, neste domingo (23), que “não há qualquer risco técnico” de fraude no Enem 2025, mesmo após a Polícia Federal abrir investigação sobre o vazamento de itens usados em pré-testes do exame. Segundo ele, o episódio envolvendo o estudante de medicina Edcley Teixeira, acusado de antecipar questões, “não prejudicou os candidatos”.
Palácios reiterou que não há possibilidade de vantagem para qualquer participante. Ainda assim, o Inep encaminhou o caso à PF. “Há aparentemente um esforço concertado para prejudicar o Enem. Precisamos entender o que está acontecendo”, disse. Na manhã de domingo, agentes da Polícia Federal cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Edcley, no Ceará, recolhendo computadores, celulares e documentos.
Especialistas afirmam que parte do problema está no Banco Nacional de Itens (BNI), criticado há anos pela falta de volume ideal de questões calibradas. Para Maria Helena Castro, ex-presidente do Inep, um banco mais robusto evitaria a necessidade de pré-testes anuais e reduziria a repetição de itens.
Palácios destacou que mudanças no formato do Enem precisam ser feitas “com cautela”, já que o exame impacta milhões de estudantes. O ministro da Educação, Camilo Santana, também reforçou que a aplicação está garantida. “O Enem é um patrimônio do Brasil”, afirmou.
Em entrevista ao Fantástico, o estudante Edcley Teixeira negou ter conhecimento prévio das questões e disse que as semelhanças foram “coincidência”. Ele confirmou que as perguntas anuladas estavam em uma prova do Prêmio Capes Talento Universitário, aplicada em 2024, e admitiu pagar participantes para memorizar itens de pré-testes — prática que, segundo ele, não envolvia termo de sigilo.
O Inep confirmou que o concurso funciona como laboratório para avaliar perguntas que podem ser usadas futuramente no Enem.






