A Comissão de Trabalho e Emprego da Câmara do Rio discutiu, nesta quinta-feira (27), os impactos da nova contagem da hora-aula, agora registrada em minutos após a Lei Complementar 276/2024. Professores relataram piora nas condições de trabalho, apontando esgotamento e falta de tempo para planejamento. A Secretaria Municipal de Educação, convidada, não compareceu ao encontro.
Representantes do Sepe-RJ afirmaram que a exigência de 24 tempos de aula por mês ampliou a carga em sala sem reajuste proporcional. O sindicato apontou aumento expressivo nos pedidos de licença médica, sobretudo entre docentes dos anos iniciais, que somaram mais de 222 mil dias afastados segundo dados do TCM.
Um levantamento da própria comissão, respondido por mais de 1.400 professores, reforçou o cenário de adoecimento. De acordo com o estudo, 98% dos participantes disseram sentir prejuízos físicos ou emocionais após a mudança. A falta de tempo para planejar aulas, o desgaste mental e a sensação de desvalorização lideraram as queixas.
A psicóloga e professora da UFRJ Giuliana Mordente destacou efeitos físicos relacionados à nova rotina, citando o aumento de casos de cistite pela falta de intervalos adequados. Para ela, sintomas como exaustão e depressão refletem o colapso de um sistema que pressiona o docente além do limite.
A polêmica sobre a hora-aula segue movimentando a categoria. Com a contagem em minutos reais, professores precisam dar mais tempo de aula para cumprir a jornada, reduzindo o tempo extraclasse e ampliando o trabalho levado para casa. A lei também mudou regras de férias e extinguiu a licença especial, pontos que seguem gerando insatisfação.






