O programa Reforma Casa Brasil, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode adicionar R$ 52,9 bilhões ao PIB e elevar a arrecadação de impostos em R$ 19,6 bilhões, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Voltado à classe média, o programa prevê R$ 40 bilhões em crédito habitacional para reformas e ampliações de residências.
Os pesquisadores da FGV explicam que o impacto estimado considera efeitos diretos, indiretos e induzidos sobre a economia, especialmente no setor da construção civil e em sua cadeia produtiva. O estudo estima que, se os R$ 40 bilhões forem liberados em um único ano, o PIB da construção pode crescer R$ 17,7 bilhões, o equivalente a 4,9% do total setorial projetado para 2024.
A coordenadora de Projetos da Construção no Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, afirmou que o programa pode gerar emprego e renda, além de movimentar indústrias de materiais e o comércio. Ela pondera, contudo, que o sucesso da iniciativa dependerá da disponibilidade de mão de obra qualificada, apontada hoje como o principal gargalo do setor.
A pesquisadora destacou ainda que 27,6 milhões de domicílios brasileiros apresentam algum tipo de inadequação estrutural, segundo dados da Fundação João Pinheiro. Para ela, o programa tem potencial de reduzir esse déficit habitacional, desde que seja acompanhado de políticas para capacitação profissional e acompanhamento da execução dos recursos.






