Os diretórios estadual e municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio vieram a público nesta terça-feira (25) para desmentir boatos que circularam intensamente nas redes sociais e em grupos de mensagens da direita. A onda de especulações afirmava que o trapper Oruam, filho de Marcinho VP — apontado como liderança do Comando Vermelho — estaria negociando candidatura a deputado estadual pelo PT em 2026. A sigla negou qualquer diálogo com o artista.
Os rumores diziam que representantes do cantor teriam se reunido com dirigentes petistas para tratar de filiação. A história rapidamente ganhou força, sendo replicada por influenciadores e parlamentares. A vereadora de Porto Alegre Mariana Lescano (PP), por exemplo, publicou um vídeo criticando a suposta aliança e escreveu: “Brasil do PT é isso: dominado por bandidos”, inflamando a base conservadora antes mesmo de qualquer confirmação. A parlamentar é autora de um projeto “anti-Oruam” na Câmara gaúcha, semelhante ao que tramita na Cinelândia pelos vereadores Talita Galhardo (PSDB) e Pedro Duarte (Novo).
Em resposta, o diretório municipal do PT publicou nos stories do Instagram uma montagem sobre a falsa notícia, carimbada com “fake news”. Mais cedo, o presidente municipal do partido, Alberes Lima, afirmou desconhecer qualquer tentativa de filiação do trapper.
Em nota conjunta, o PT reforçou que informações oficiais sobre filiações, decisões internas ou movimentações eleitorais são divulgadas exclusivamente pelos canais institucionais e que os processos seguem regras claras, democráticas e coletivas.
Nos bastidores, a avaliação é de que o boato ganhou força após a movimentação recente do prefeito eleito de Maricá e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, que convidou o influenciador Chico Moedas a ingressar na política. A iniciativa, segundo ele, buscaria aproximar o partido da juventude. A partir desse gesto, houve quem supôs que Oruam também faria parte de um eventual projeto de renovação.






