Uma pesquisa realizada pela Ouvidoria da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) revela um cenário preocupante de violência contra advogadas no estado. De acordo com o estudo “Ser Advogada Não me Salva”, 67,7% das profissionais que sofreram violência física ou psicológica não denunciaram seus agressores. O levantamento contou com a participação voluntária de 989 advogadas e foi divulgado em reportagem da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Os dados mostram que a violência é uma realidade recorrente para a maioria das participantes: 78,6% afirmaram já ter sido vítimas de algum tipo de agressão ao longo da vida pessoal ou profissional. Entre as formas de violência relatadas, a psicológica aparece como a mais frequente, atingindo 85,3% das advogadas que declararam ter sofrido agressões. Em relação aos autores, parceiros ou ex-parceiros lideram os registros, seguidos por colegas de profissão.
O levantamento indica ainda que 97,1% das respondentes se identificam como mulheres cisgênero. As faixas etárias mais afetadas são de 35 a 45 anos e de 25 a 35 anos. Quase metade das participantes reside na capital fluminense. Para a OAB-RJ, o alto índice de subnotificação evidencia o medo, a insegurança e a falta de confiança nos mecanismos de denúncia.
Diante dos resultados, a entidade iniciou um novo levantamento com advogadas que aceitaram aprofundar os relatos, com o objetivo de transformar os dados em políticas internas de acolhimento, prevenção e enfrentamento à violência. A OAB-RJ defende a ampliação de ações institucionais e políticas públicas para garantir um ambiente profissional seguro e livre de discriminação.






