O pedido de prisão feito pelo ministro Alexandre de Moraes contra o deputado Alexandre Ramagem marca a queda de um dos nomes de maior projeção no bolsonarismo. Antes visto como articulador ponderado dentro do PL, ele era cotado para cargos estratégicos e chegou a disputar a prefeitura do Rio em 2024. Agora, responde por participação na trama golpista e enfrenta risco de perda de mandato.
Ramagem deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos em meio à iminência da ordem de prisão. A viagem, segundo aliados, incomodou profundamente Jair Bolsonaro, que enxergou no gesto a imagem de alguém “com medo da prisão”. O episódio gerou desgaste interno, especialmente porque Ramagem sempre se apresentou como figura ligada à segurança pública.
O afastamento ocorre enquanto o PL busca um novo nome para disputar o governo do Rio em 2026. Com Ramagem foragido, o discurso de combate ao crime, usado por ele na eleição municipal de 2024, perde força e pode ser confrontado por adversários. Bolsonaro avalia que o episódio enfraquece a narrativa do partido e abre espaço para críticas de Eduardo Paes.
A Câmara informou que não autorizou missão internacional e que não recebeu comunicação formal sobre a viagem. Ramagem está afastado com atestados médicos até 12 de dezembro. Ele foi condenado pelo STF a mais de 16 anos de prisão, em regime fechado, e a perda de mandato depende de confirmação da Casa após o fim dos recursos.
Durante as investigações, Moraes proibiu o deputado de deixar o país e determinou a entrega de todos os passaportes. Sua permanência em Miami, segundo partidos de oposição, indica violação das medidas impostas pelo Supremo. O episódio aprofunda a crise interna no PL e coloca o futuro político de Ramagem em aberto.






