O Rio de Janeiro foi o único estado do país a registrar queda no número de moradores estrangeiros nos últimos 12 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27/06).
De acordo com a nova publicação do Censo Demográfico, o total de residentes nascidos em outros países caiu de 96.821 pessoas em 2010 para 80.292 em 2022, uma redução de 16.529 pessoas, o equivalente a —17% no período.
Os dados evidenciam o contraste entre a realidade do Rio de Janeiro e a tendência nacional de crescimento acelerado da população estrangeira.
Enquanto o Rio apresentava essa redução, o Brasil como um todo viu sua população de estrangeiros e naturalizados saltar 70,3% – de 592.448 para 1.009.341 pessoas -, revertendo uma trajetória de declínio observada desde 1960.Os números fazem parte da publicação “Fecundidade e Migração”, que integra o Censo Demográfico 2022.
A pesquisa investigou o lugar de nascimento de todos os moradores do país, permitindo identificar o número de estrangeiros residentes em cada unidade da federação.
A metodologia considera como estrangeiros aqueles nascidos fora do Brasil, independentemente da nacionalidade atual.
RJ perde população
O fenômeno migratório no Rio de Janeiro não se limita à redução de estrangeiros. O estado registrou o maior saldo migratório negativo do país em 2022, com perda líquida de 165.360 habitantes para outras unidades da federação.
Isso significa que, para cada 100 pessoas que chegaram ao estado, 203 o deixaram – uma taxa líquida de migração de -1,03%.
Os principais destinos dos fluminenses que deixaram o estado foram:
São Paulo (21,4%)
Minas Gerais (17,7%)
Espírito Santo (7,3%)
Apesar da saída expressiva, o Rio ainda atrai um número relevante de brasileiros vindos de outros estados, especialmente de Minas Gerais (21%), Paraíba (14%) e Ceará (9,4%). Ao todo, 1.960.207 moradores do estado em 2022 não eram naturais do Rio de Janeiro.
Novos padrões de deslocamento
A Região Sudeste como um todo passou por significativas mudanças em seus fluxos migratórios.
São Paulo, tradicional polo de atração do país, registrou pela primeira vez saldo migratório negativo, embora continue recebendo grandes contingentes da Bahia, Minas Gerais e Paraná.
O Rio de Janeiro, por sua vez, reforçou sua tendência de perda populacional líquida para Minas Gerais e São Paulo.
Em escala nacional, o Censo 2022 revelou que 36,9% dos brasileiros (cerca de 79 milhões) residiam em município diferente daquele em que nasceram. Esse dado ilustra a intensa mobilidade interna que caracteriza o país.