O Governo do Rio de Janeiro vai investir quase R$ 27 milhões na compra de 80 sistemas de neutralização de drones, conhecidos como antidrone ou C-UAS (Counter-Unmanned Aircraft Systems). Os equipamentos serão destinados à Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI-RJ), com objetivo de combater o uso de aeronaves não tripuladas por organizações criminosas.
Segundo estudo técnico do governo estadual, facções têm utilizado drones para monitorar operações policiais em tempo real, transportar armas, drogas e celulares, além de mapear deslocamentos das forças de segurança. Há ainda preocupação com a possibilidade de lançamento de explosivos contra agentes públicos e veículos oficiais.
O documento cita como exemplo recente um caso na comunidade do Catiri, na Zona Oeste, em que um drone do Comando Vermelho registrou criminosos fortemente armados circulando próximo a uma viatura da Polícia Militar. O governo também lembrou que, durante a cúpula do G20, sistemas semelhantes foram utilizados para neutralizar drones não autorizados em áreas de segurança restrita.
O pregão eletrônico para aquisição dos equipamentos ocorre nesta segunda-feira (25). A previsão é concluir o processo até o fim do ano. Do total, 40 bloqueadores terão alcance mínimo de 1 km e outros 40, de 2 km. A distribuição será de quatro unidades para a SEAP, seis para o GSI, 34 para a PM e 36 para a Polícia Civil.
Os bloqueadores interrompem o sinal de rádio do drone, fazendo com que a aeronave paire, pouse ou retorne ao ponto de decolagem. Durante a neutralização, o equipamento perde a capacidade de gravar ou transmitir imagens e áudio.
O secretário do GSI-RJ, Edu Guimarães, destacou que a aquisição é essencial para acompanhar a sofisticação das ameaças. “A crescente sofisticação das ameaças exige uma resposta tecnológica à altura. Esses sistemas representam um passo fundamental para reforçar a segurança pública”, afirmou.
O governador Cláudio Castro ressaltou que a iniciativa integra o pacote de investimentos em tecnologia aplicado nas forças de segurança. “Já são mais de R$ 4,5 bilhões em equipamentos como câmeras corporais, reconhecimento facial, leitura de placas, drones e outros recursos de ponta, aliados importantes no combate ao crime”, disse.
Além do uso em operações policiais, os sistemas antidrone também serão empregados em grandes eventos do Rio, como o réveillon e os shows em Copacabana.