Único presidente eleito de forma unânime na história da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Rodrigo Bacellar mostrou mais uma vez sua força e prestígio entre os parlamentares na retomada dos trabalhos do segundo semestre, nesta quarta-feira (6).
Durante a sessão, a deputada Índia Armelau pediu uma foto oficial com todos os deputados presentes ao lado de Bacellar. O pedido foi prontamente atendido: políticos de diferentes espectros ideológicos — da esquerda à direita — se reuniram em torno do presidente para o registro. Um gesto simbólico em tempos de forte polarização política no país.
“Esse é o retrato de um parlamento que respeita as diferenças e trabalha em conjunto pelo bem do Estado”, comentou Bacellar, reforçando o espírito de união institucional que tem pautado sua gestão à frente da Casa.
Questionado sobre as movimentações políticas envolvendo o governador Cláudio Castro e as eleições de 2026, Bacellar evitou entrar em polêmicas. Preferiu focar nas demandas reais da população:
“A população em casa não quer saber de bastidores políticos, nem de discussão. A grande maioria quer saber de segurança, emprego, saúde e desenvolvimento. Temos que trabalhar e entregar. O resto é fofoca para uma bolha política”, pontuou.
ENTENDA O CASO
Apesar da força de Bacellar no Legislativo, o governador Cláudio Castro não compareceu à abertura dos trabalhos. Em meio ao desgaste gerado pela exoneração de Washington Reis (MDB), assinada por Bacellar durante sua breve interinidade no governo — e sem o consentimento de Castro —, o clima entre os dois é de tensão. A medida desagradou o senador Flávio Bolsonaro (PL), que chegou a pedir a anulação da demissão. Castro, no entanto, optou por manter o afastamento de Reis, o que aprofundou a crise com o presidente da Alerj.
A situação escalou ao ponto de o ex-presidente Jair Bolsonaro declarar publicamente que não apoiaria mais nem Bacellar nem Castro em 2026. Em reação, Castro viajou a Brasília para se reunir com Flávio Bolsonaro e, dias depois, participou de uma manifestação pró-Bolsonaro em Copacabana. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reconciliação com a família Bolsonaro, que voltou a sinalizar apoio à eventual candidatura de Castro ao Senado. Já Bacellar, segundo aliados do grupo, teria sido momentaneamente escanteado.
Em entrevista recente, o governador tentou minimizar a antecipação do debate eleitoral:
“Essa questão de candidatura, todas serão discutidas no ano que vem. Houve uma antecipação grande dessa discussão. E nós fizemos um acordo, tanto com o senador Flávio Bolsonaro, como com o PL, que só discutiríamos se vou sair ou não, quem será o nosso candidato ou não, no ano que vem, depois aí do carnaval”, disse Castro, alinhando-se ao discurso do senador Flávio Bolsonaro.