Cláudio Correia da Silva, conhecido como Pastor Cláudio, usava a imagem de líder religioso e comunitário para acessar empresas no entorno da Refinaria Duque de Caxias. Segundo a Polícia Civil, ele integrava um grupo responsável por extorsões contra empresários do polo industrial. Nesta quinta-feira (27), a operação Refinaria Livre cumpriu um novo mandado de prisão contra ele, que já estava detido desde o início do mês.
As investigações conduzidas pela DRE-CAP, DRE-BF e 60ª DP apontam que o pastor, de 52 anos, atuava como intermediador das cobranças. Ele se apresentava como figura religiosa, realizava cultos na região e depois exigia pagamentos mensais a mando de Joab da Conceição Silva, chefe do tráfico local e integrante do Comando Vermelho, que continua foragido.
Empresários relataram que, ao recusar as cobranças, eram ameaçados com incêndio de caminhões, agressões a funcionários e interrupção das atividades industriais. A quadrilha também impunha regras para o negócio, como proibição de permanência de caminhões nos pátios, exigência de contratação de moradores indicados pelo grupo e oferta de “mediação” para evitar represálias.
Quando foi preso em Betim (MG), o pastor transportava uma pistola, seis granadas artesanais, munições e dinheiro em espécie. Ele admitiu ter levado os artefatos de Caxias para auxiliar em ações de intimidação na Refinaria Gabriel Passos, em Minas Gerais, seguindo um movimento grevista organizado por sindicatos ligados ao grupo criminoso.
No mesmo veículo, estava o presidente de uma associação de empresas de transporte de combustível. Para a Polícia Civil, a presença dele reforça o envolvimento de sindicatos e entidades formais na estrutura criminosa, que atuava com ameaças e atentados capazes de afetar o transporte nacional de combustíveis.






