Durante a megaoperação que deixou mais de 120 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, a Polícia Militar montou o chamado “muro do Bope”. A estratégia consistiu em posicionar agentes pela Serra da Misericórdia, cercando criminosos e empurrando-os para a área de mata, onde outras equipes do Batalhão de Operações Especiais aguardavam o confronto.
Segundo o secretário da PM, Marcelo de Menezes, a ação tinha como objetivo evitar trocas de tiros em áreas habitadas. “O diferencial foi a incursão pela parte mais alta da montanha, criando uma linha de contenção formada por policiais”, explicou. Ele afirmou que “a maioria dos confrontos ocorreu na mata” e que o tiroteio durou das 6h às 21h. O balanço oficial aponta 4 policiais e 117 suspeitos mortos.
O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a operação foi resultado de um ano de investigação e classificou o número de civis feridos como “dano colateral pequeno”. Segundo ele, “as vítimas são os quatro baleados no entorno da comunidade e os quatro policiais que morreram”. Já moradores da Penha relataram ter encontrado dezenas de corpos na Praça São Lucas, ampliando a discrepância nos números divulgados.
O governador Cláudio Castro chamou a megaoperação de “sucesso” e se solidarizou com as famílias dos agentes mortos. “Temos tranquilidade para defender tudo que fizemos. De vítimas, só tivemos os quatro policiais”, disse. Para Castro, é improvável que houvesse inocentes entre os mortos. “Não acredito que havia alguém passeando em área de mata em dia de operação”, completou.






