O secretário Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, criticou nesta quarta-feira (12) a divulgação antecipada da transferência de líderes do Comando Vermelho (CV), realizada pelo governo do Rio de Janeiro. Segundo ele, o procedimento deveria permanecer em sigilo até o término da operação, para evitar riscos à segurança.
Mais cedo, sete chefes do tráfico presos em Bangu 1 começaram a ser transferidos para presídios federais de segurança máxima. Os destinos não foram informados. As autoridades afirmaram que a medida busca enfraquecer a comunicação entre os líderes e o restante da facção.
Em entrevista à TV Globo, André Garcia afirmou que a divulgação compromete o protocolo de segurança. “Infelizmente essa informação saiu de lá do Rio de Janeiro, não era para ter sido divulgada, porque compromete a segurança do evento. Pode acontecer algum tipo de tentativa de resgate”, disse o secretário.
Ele explicou que a escolta inicial é feita pela polícia estadual, e, ao chegar ao aeroporto, o controle passa à Polícia Penal Federal, responsável pelo transporte aéreo e custódia. “Esse é o protocolo mínimo de segurança. Só se divulga esse tipo de operação ao fim do processo. Todos os estados sabem disso”, completou.
Segundo o governo do Rio, os detentos transferidos são integrantes da cúpula do Comando Vermelho e representam alto risco de articulação criminosa. O pedido partiu do próprio Ministério da Justiça, em conjunto com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ), após avaliação de inteligência que apontou possibilidade de novos ataques.
Foram transferidos:
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Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha) – líder no Complexo do Alemão;
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Arnaldo da Silva Dias (Naldinho) – administrador da “caixinha” do CV, em Resende;
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Alexander de Jesus Carlos (Choque ou Coroa) – do Complexo do Alemão;
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Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor) – do Morro Santo Amaro, integrante da comissão da facção;
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Fabrício de Melo de Jesus (Bicinho) – de Volta Redonda;
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Carlos Vinícius Lírio da Silva (Cabeça) – da comunidade do Sabão, em Niterói;
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Eliezer Miranda Joaquim (Criam) – chefe da facção na Baixada Fluminense.
A operação, coordenada entre as forças estaduais e federais, integra o plano do governo para conter a influência do crime organizado dentro do sistema prisional fluminense.






