O mês de setembro de 2025 foi o terceiro mais quente já registrado na história, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9/10) pelo observatório europeu Copernicus. O relatório aponta que o planeta segue enfrentando temperaturas anormalmente elevadas, especialmente em regiões próximas aos polos e no Leste Europeu.
Segundo o observatório, “setembro de 2025 foi o terceiro setembro mais quente”, ficando logo atrás dos recordes de 2023 e 2024. A temperatura média global foi de 16,11 °C, o que representa 1,47 °C acima do período pré-industrial (1850–1900), marco anterior ao avanço do aquecimento global provocado pela atividade humana.
Calor recorde e impacto global
A estrategista climática do Copernicus, Samantha Burgess, afirmou que o cenário permanece preocupante: “O contexto global das temperaturas permanece o mesmo, com medições teimosamente elevadas em terra e na superfície do mar, refletindo a contínua influência do acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera”.
O Copernicus ressalta que, embora 2023 tenha mantido o recorde absoluto de calor, os últimos meses indicam uma tendência persistente de elevação das temperaturas médias. O fenômeno está ligado tanto ao aumento da concentração de gases poluentes quanto a eventos climáticos naturais que amplificam o aquecimento.
Europa teve anomalias de calor inéditas
De acordo com o relatório, as maiores anomalias de temperatura foram observadas na Europa, especialmente nos países nórdicos, no Leste Europeu, nos Bálcãs e nas nações bálticas. Nessas regiões, os termômetros registraram níveis inéditos desde o início das medições sistemáticas, anteriores à década de 1940.
Além do calor, o continente também enfrentou chuvas particularmente intensas em áreas da Escandinávia, Itália, Croácia, Espanha e ao longo da costa oriental do Mar Negro. Os eventos extremos provocaram inundações, deslizamentos e danos significativos à infraestrutura.
Seca avança nas Américas e na Ásia
Enquanto a Europa lidava com tempestades e enchentes, o cenário nas Américas foi o oposto. Países como Canadá, Estados Unidos, México, Brasil e Uruguai registraram um setembro mais seco que o normal, com redução acentuada de chuvas. O mesmo padrão foi observado em regiões da Ásia, da Rússia e do norte do subcontinente indiano.
Os especialistas do Copernicus alertam que esse desequilíbrio no regime de chuvas e temperaturas reforça os efeitos do aquecimento global, intensificando tanto os períodos de estiagem quanto as precipitações extremas. O relatório conclui que 2025 tende a consolidar-se entre os anos mais quentes já medidos, com impactos diretos sobre a agricultura, os ecossistemas e a vida nas cidades.