O governo de Portugal decretou luto oficial nesta quinta-feira (04) após o grave acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, que resultou na morte de 16 pessoas e deixou outras 21 feridas. Hoje mais cedo, o serviços de emergência chegaram a afirmar que 17 pessoas morreram, mas o número foi atualizado posteriormente pelo primeiro-ministro Luiz Montenegro.
Ainda de acordo com o premier, houve uma duplicação de registro no hospital, o que causou confusão no números de mortos, mas apenas uma pessoa veio a óbito nesta noite.
As primeiras investigações apontam que um dos cabos de sustentação pode ter se rompido, provocando o descarrilamento do bondinho, que tombou e colidiu contra um edifício. A Polícia Judiciária investiga as causas do acidente, enquanto outras linhas de bondes semelhantes tiveram a operação suspensa por precaução.
Entre as vítimas estão cidadãos de diferentes nacionalidades. Durante a madrugada, mais duas pessoas não resistiram, elevando o número de mortos. Havia entre eles dois espanhóis, dois alemães, uma francesa, um italiano, um suíço, um canadense, um coreano, um marroquino e um cabo-verdiano. Um brasileiro sofreu ferimentos leves, foi atendido no Hospital Amadora-Sintra e já recebeu alta.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil disponibilizou um canal direto de informações para familiares de mortos e feridos. Já o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos e Ferroviários (GPIAAF), em parceria com a Polícia Judiciária e a Autoridade para as Condições do Trabalho, concluiu a coleta de provas no local e deve divulgar as primeiras conclusões nesta sexta-feira.
O bondinho
O Elevador da Glória, é um dos principais pontos turísticos de Lisboa. Inaugurado em 1885, funciona por meio de dois bondinhos interligados por cabos de aço que se equilibram: enquanto um sobe, o outro desce.
Após o acidente, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal afirmou que já havia alertado sobre falhas de manutenção. Segundo o diretor Manuel Leal, trabalhadores pediam há tempos que a responsabilidade pela manutenção retornasse à Carris, em vez de ser terceirizada.
“Até porque os trabalhadores já vêm reportando há muito tempo questões da necessidade da manutenção destes elevadores voltar à responsabilidade dos trabalhadores da Carris e não ser entregue a empresas exteriores, como é o caso concreto do elevador da Glória”, afirmou Leal.
Em nota, a Carris, empresa responsável pela operação, lamentou a tragédia e informou que todos os protocolos de manutenção estavam em dia. A companhia declarou ainda que a segurança “sempre foi e sempre será uma prioridade” e que está empenhada em apoiar as vítimas e suas famílias.