A Terra deve registrar, nesta terça-feira (22), o dia mais curto do ano. De acordo com cientistas, o planeta vai completar uma volta em torno de seu próprio eixo 1,34 milissegundo mais rápido do que o normal — uma diferença quase imperceptível, mas significativa do ponto de vista astronômico.
Em média, a Terra leva 86.400 segundos para realizar uma rotação completa, o que corresponde às 24 horas do dia. No entanto, nesta terça, esse tempo será ligeiramente menor. Para se ter uma ideia, um piscar de olhos leva cerca de 300 milissegundos — ou seja, o encurtamento será muito menor do que isso.
O fenômeno não é inédito. No último dia 9 de julho, o planeta também girou mais rápido, e há previsão de outro “encurtamento” no próximo dia 5 de agosto. Ainda não se sabe exatamente o motivo dessas variações, mas os cientistas afirmam que elas são comuns e não representam risco algum.
“Sabemos que, de forma geral, a Terra desacelera sua rotação ao longo do tempo. Há bilhões de anos, um dia durava cerca de cinco horas. Mas essa desaceleração não é constante. Eventualmente, ocorrem pequenas acelerações momentâneas, como as que estamos observando agora”, explica Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional.
Segundo especialistas, as oscilações na rotação do planeta podem ser provocadas por fatores como a movimentação do núcleo fundido da Terra, as marés, os oceanos e a atmosfera. Mesmo sem uma explicação precisa, os cientistas se impressionam com a exatidão dos cálculos.
Desde 2020, variações como essa têm sido mais frequentes. Naquele ano, a Terra registrou 28 dos dias mais curtos já observados desde que os relógios atômicos começaram a ser usados, na década de 1960. Em 29 de junho de 2022, foi marcado o recorde atual: o planeta girou 1,59 milissegundo mais rápido do que o habitual.