Uma trabalhadora doméstica de 79 anos foi resgatada em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio, após mais de cinco décadas de trabalho sem registro formal, folgas ou direitos trabalhistas. A idosa cuidava de uma senhora com mais de 100 anos, enfrentando jornada de 24 horas por dia, sete dias por semana, sem descanso adequado.
O resgate foi realizado por auditores-fiscais do Trabalho durante a quinta edição da Operação Resgate, que ocorreu entre 15 de setembro e 15 de outubro. A fiscalização constatou jornada exaustiva, problemas de saúde da vítima e condições de trabalho que configuram situação análoga à escravidão. A cama da empregada ficava no mesmo quarto da empregadora e ela precisava atendê-la várias vezes durante a noite.
Após a ação, a idosa foi acolhida por familiares e passa a receber acompanhamento. A Auditoria-Fiscal do Trabalho calculou cerca de R$ 60 mil em verbas rescisórias e determinou recolhimento retroativo do FGTS. Autos de infração foram lavrados contra os empregadores por trabalho análogo à escravidão e ausência de registro.
O Ministério Público do Trabalho firmou Termo de Ajustamento de Conduta com os empregadores, que terão que regularizar pendências trabalhistas e previdenciárias, além de pagar um salário vitalício à vítima, garantindo segurança e dignidade após décadas de exploração.