Ouça agora

Ao vivo

Reproduzir
Pausar
Sorry, no results.
Please try another keyword
Verão começa neste fim de semana e terá chuvas abaixo de média e muito calor
Geral
Verão começa neste fim de semana e terá chuvas abaixo de média e muito calor
STF indica que não deve barrar PL da Dosimetria aprovado no Senado
Brasil
STF indica que não deve barrar PL da Dosimetria aprovado no Senado
Ônibus do Rio terão novo padrão visual com amarelo predominante
Rio de Janeiro
Ônibus do Rio terão novo padrão visual com amarelo predominante
Presidente da Comissão Europeia decide adiar para janeiro assinatura do acordo UE-Mercosul
Mundo
Presidente da Comissão Europeia decide adiar para janeiro assinatura do acordo UE-Mercosul
Petrobras confirma vazamento de gás em plataforma na Bacia de Campos
Brasil
Petrobras confirma vazamento de gás em plataforma na Bacia de Campos
Deputados são alvo de buscas pela PF por suspeita de desvios de cotas parlamentares
Destaque
Deputados são alvo de buscas pela PF por suspeita de desvios de cotas parlamentares
Mesa Diretora da Câmara cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem
Brasil
Mesa Diretora da Câmara cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Traficantes da Penha tentavam comprar drones com câmeras térmicas, revela investigação da DRE

Investigação aponta a Penha como base tecnológica e de comando do Comando Vermelho no Rio.

Siga-nos no

Uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) revelou que traficantes do Comando Vermelho instalados no Complexo da Penha negociavam a compra de drones equipados com câmeras térmicas, capazes de detectar pessoas mesmo no escuro.

As mensagens interceptadas foram anexadas à denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), que embasou a megaoperação de terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão. A ação resultou em 113 prisões e mais de 120 mortes, embora poucos líderes tenham sido capturados.

Em um dos diálogos, um criminoso afirma:
“O meu não é noturno, o meu é câmera normal. Nós temos que ver o térmico.”
Ao que outro responde: “A gente tem que se adequar à tecnologia, entendeu?”

De acordo com os investigadores, o objetivo era melhorar o monitoramento de incursões policiais e ampliar o controle territorial da facção, que domina mais de mil comunidades no estado. O Complexo da Penha é apontado como principal base operacional do grupo, devido à localização estratégica próxima a vias expressas e rotas de escoamento de drogas e armas.

Imagens registradas no início da operação mostram traficantes armados, com roupas camufladas e uniformes semelhantes aos da polícia, fugindo pela mata. Segundo o levantamento da Polícia Militar, o Comando Vermelho controla 1.028 comunidades em todo o estado — expansão que elevou a demanda por dinheiro, armamento e tecnologia de vigilância.

As mensagens também detalham uma estrutura hierárquica rígida, com escala de plantões, controle financeiro e ordens de tortura. Entre os principais nomes citados estão Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefe da quadrilha na Penha e atualmente foragido, e Juan Breno Malta Ramos, o BMW, responsável por “tribunais” internos que determinavam castigos e execuções.

Relatos anexados à denúncia descrevem episódios de tortura, como o de uma mulher colocada em uma banheira de gelo após uma briga em baile funk e o de um homem arrastado por uma moto sob acusação de roubo. Fagner Campos Marinho, o Bafo, apontado como um dos executores dessas punições, foi preso durante a operação.

A DRE também identificou o uso de câmeras instaladas nas comunidades para monitorar a movimentação de policiais e rivais. Com a tentativa de aquisição de drones térmicos, o grupo buscava elevar o nível de vigilância noturna e garantir alertas antecipados em áreas de mata e becos.

Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, a investigação revela um novo patamar de sofisticação tecnológica no tráfico fluminense, combinando poder de fogo, vigilância digital e estrutura empresarial em torno do crime organizado.