Uma vacina experimental voltada para o combate a mutações do gene KRAS, uma das principais causas de câncer de pâncreas e intestino, apresentou resultados promissores em estudo clínico inicial. A pesquisa, conduzida por cientistas da UCLA Health (EUA) e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (Nova York), foi publicada na revista Nature Medicine.
As mutações no gene KRAS estão presentes em cerca de 90% dos tumores pancreáticos e 50% dos colorretais, além de aparecerem em um quarto dos tumores sólidos em geral. A vacina, chamada ELI-002 2P, se diferencia por ser uma versão “pronta para uso”, sem necessidade de personalização para cada paciente, o que pode facilitar o acesso e reduzir custos.
No ensaio clínico, 25 pacientes — todos já submetidos a cirurgia e quimioterapia, mas ainda com alto risco de recidiva — receberam doses da vacina. Após quase 20 meses de acompanhamento, dois terços desenvolveram resposta imune eficaz, com ativação de células T específicas contra as mutações. Aqueles que apresentaram respostas mais fortes tiveram maior sobrevida e período livre da doença.
Os dados indicaram sobrevida global média de 29 meses e sobrevida livre de recidiva de 15 meses, ambos acima do esperado para esse perfil de pacientes.
Segundo os autores, o imunizante representa um avanço importante, já que o câncer de pâncreas, em especial, possui poucas opções eficazes após o tratamento inicial. Contudo, os especialistas destacam que se trata de um estudo preliminar, e que novas etapas, com mais participantes, serão necessárias para confirmar os resultados.
Uma versão mais avançada da vacina, chamada ELI-002 7P, já está sendo testada em um estudo clínico de fase 2.