O comércio varejista brasileiro voltou a respirar em outubro ao registrar alta de 0,5% frente a setembro, quebrando a sequência de resultados fracos e vindo acima da expectativa de estabilidade projetada por analistas. Segundo o IBGE, é a primeira alta mais consistente desde março, refletindo um movimento de retomada pontual em meio a um ano ainda marcado pela desaceleração. No acumulado de 2025, o setor cresce 1,5%, e em 12 meses, 1,7%. Na comparação com outubro do ano passado, o avanço foi de 1,1%.
Mesmo com o desempenho positivo, o ambiente econômico segue impondo limites ao varejo. A política monetária restritiva encarece o crédito e reduz a capacidade de consumo das famílias, o que freia um avanço mais robusto. Por outro lado, o mercado de trabalho aquecido — com desemprego baixo e renda real em alta — tem evitado quedas maiores nas vendas. Para Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, o resultado rompeu o padrão recente: “A alta rompe com o padrão observado, de variações pequenas ou negativas, e foi espalhada, com crescimento em sete dos oito setores pesquisados”.
Os segmentos que mais impulsionaram o índice foram equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (3,2%) e combustíveis e lubrificantes (1,4%). Também cresceram móveis e eletrodomésticos (1,0%), livros e papelaria (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%), perfumaria e artigos farmacêuticos (0,3%) e supermercados (0,1%). A única queda veio de tecidos, vestuário e calçados (-0,3%). No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, a alta foi de 1,1%, com destaque para veículos, motos, partes e peças (3,0%) e material de construção (0,6%).






